sexta-feira, 25 de junho de 2010

Família modular

Há pesquisadores que afirmam que o conceito moderno de família é modular, ou seja: como se as pessoas fossem peças de lego que se encaixam, desencaixam e depois se encaixam de novo em outro lugar.

Um exemplo brilhante dessa teoria é a minha família, então vou apresentá-lo como contribuição à ciência.

Para quem sempre quis entender a bagunça que é minha família e nunca conseguiu, esta é a última chance!



Obs.: o modelo está simplificado, porque se eu fosse colocar todo mundo, não caberia na figura.

Agora imaginem quando a Clara (mais nova geração) perguntou à Vera: "vó, o que a Gabi é de mim?". Coitadas das criancinhas, obrigadas a exercitar desde cedo o mental concreto.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Noite na praia

A praia estava linda à noite! Muitas luzes de quiosques na calçada, de barcos no mar e de estrelas no céu. Eu e meus amigos passeando pela areia, procurando um lugar mais afastado do agito. Dois rapazes e uma garota, que faziam pós-graduação comigo.

Deitamos perto das pedras, olhando o mar. O barulho das ondas era relaxante. Um dos rapazes se levantou, foi buscar uma caipirinha. O outro, ao meu lado, tinha os cabelos compridos, na altura dos ombros, e olhos esverdeados. Me abraçou e disse:

- Estamos em um T.

Claro que não entendi, mas ele não explicou.

A caminho da casa ou hotel onde eu estava hospedada, parei para observar a praia de longe. Os locais em que as pessoas estavam eram iluminados por lamparinas ou coisa parecida. Percebi que elas não estavam distribuídas aleatoriamente na praia. Pelo contrário, sua disposição formava uma frase:

LET IT BE.

Comecei a ouvir a introdução de Lucy in the Sky with Diamonds, o que significava que, infelizmente, era hora de acordar (meu despertador toca essa música).

E agora estou pensando em qual dos Ts eu estava. T de Let, ou T de It?

Bom... LET IT BE...

domingo, 20 de junho de 2010

Orquestra

Na consonância de graves e agudos
Espalham-se sons no todo do espaço
Músicos falam, ainda que mudos
Nas vozes uníssonas do compasso

Acordo da sublime interação
Maestro rege com sonoro braço
Com supremo equilíbrio e perfeição
Une a todos em gracioso laço

Muito louvado seja o homem que atina
Vibrar em si o tom, com toda a beleza,
Que o Supremo Maestro determina

Adentrando na harmonia supina
Pulsando no ritmo da natureza
Encaixando-se na Orquestra Divina


Um dos meus primeiros sonetos. Tentando aprender métrica. Encaixei todas as tônicas na 5a sílaba (os mais clássicos desaprovam). Mas em termos de conteúdo, um dos que mais gosto.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Linha do tempo dos lares da Gabi



Eixo Y: número de moradores
Eixo X: ano (calendário gregoriano)

* Moradores que permaneceram por menos de 6 meses não estão incluídos.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Seis na Sé

Seis horas na Sé,
tá tudo atrasado
e o metrô parado:
presunto na linha!


(Poeminha escrito hoje de manhã. A veia poética voltando, rsrsrsrs...)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Peixe branco suicida

Havia um aquário aqui em casa, bem grande, com muitos peixes. Percebi que eu não os alimentava há umas três semanas. Estavam todos agitados, mexendo-se pelo aquário em movimentos estereotipados.

Peguei o potinho de comida, joguei um tantinho de ração. Os peixes nadaram com força para o local onde o alimento aparecera. Não foi o suficiente para alimentar a cambada de animais famintos. Mais uma porção. Ainda não foi suficiente. Terceira porção... Um monte de peixes nadando para o mesmo lugar ao mesmo tempo, com força, e CRASH, o aquário se quebrou e foi água, peixe, alga e pedrinha pra todo lado.

Corri para pegar uma bacia e tentar salvar os coitadinhos. Tinha peixe espalhado por tudo quanto é lado! Fui jogando na bacia todos os que eu conseguia alcançar, mas havia uma preocupação especial com o peixe branco.

Era um peixe muito importante para mim: raro, caro, com forte valor afetivo. Encontrei-o no meio dos outros, joguei-o na bacia, mas ele pulou para fora. Tentei de novo, mas o bichinho era arisco. Saiu pulando escadaria abaixo, para o quintal da casa do meu pai. Eu correndo atrás, desesperada, porque o peixe podia morrer.

- Volta pra bacia, volta!
- Não volto!
- Você pode morrer!
- Não vou voltar!
- Isso é suicídio!
- ...

O peixe virou um homem de uns 60 anos, cabelos brancos, pele enrugada. Deitou-se na rede, confortavelmente. Continuava a ser meu peixe branco!

- Volta, peixe, você vai morrer!
- ...
- Você está se matando, peixe!
- ...


Despertador.


Qual é a parte de mim que é velha, rara, tem ato valor financeiro e afetivo e está querendo se matar?! E por que está querendo se matar?!

Meu inconsciente anda misterioso demais.