sábado, 9 de agosto de 2008

De volta ao Brasil

De volta à minha terra natal! Retornar foi muito interessante. Mas antes de falar sobre as emoções do retorno, deixa eu contar um pouquinho sobre o fim da viagem.

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Depois da minha apresentação, fiquei um pouco mais tranqüila e resolvi conhecer a cidade. Fui a muitos lugares legais:

- Como não podia deixar de ser, visitei o famoso Muro de Berlim, ou o que restou dele. Decepcionante, em certa medida. Eu imaginava que fosse alto, grosso... Uma Miniatura da muralha da China! Mas não: é um murinho pequeno, fininho. Pelo jeito a questão não era o muro, em si, mas sim a fiscalização em torno dele. Tem lá uma guarita preservada, com a famosa frase "You are leaving the American Sector" em várias línguas.

- Também visitei o Museu do Judaísmo. Muito interessante, mais pela arquitetura do que pela exposição, em minha opinião. O prédio tem o formato de um ziguezague com três eixos cortando-o. Há um jardim chamado "Jardim do Exílio", que dá uma impressão estranha. Tudo me parecia muito familiar, e ao mesmo tempo diferente, esquisito - exatamente como eu me sentia passeando pelas cidades da Europa: era meu mundo, mas não meu país. Acho que captei a mensagem...

- Tem uma catedral lá que chama-se Käiser-Wilhelm-Kirsche (perdoem-me pelos prováveis erros de ortografia). Muito bombardeada durante a guerra, coitada! Sobrou só um restinho, que está preservado como monumento histórico. Pelo que sobrou, imagino o quanto ela deve ter sido bonita e grande...


- Também visitei a Catedral de Berlim. Grande, imponente, com uma bonita praça na frente, toda coberta de grama. Como estava um calorão, os alemães (ou, como diríamos eu a e Ju, os "limões") estavam lá de biquíni ou calção, tomando sol e entrando na fonte para refrescar. Incrível a naturalidade com que faziam isso... Por dentro, tudo muito luxuoso: cúpulas, vitrais, obras de arte... E um grande órgão de foles, do jeito que eu gosto! Será que um dia eu vou ter o prazer de tocar um órgão desses? Só pelo gostinho?


- Claro que eu não poderia deixar de ir a um museu de arte por lá (eu vi museus de arte em todos os países!). Fui ao Pergamon, o famoso Pergamon. Estava rolando uma exposição sobre a Babilônia. Vi coisas incríveis, como o código de Hamurabi e alguns dos primeiros escritos sobre astrologia, ciência pela qual tenho me interessado muito atualmente. Antes que os USPianos me matem, estou usando a palavra ciência em sua concepção original, que não restringia o sentido à ciência positivista, como atualmente se usa. Também havia muitas obras no estilo clássico. Eu gosto muito de esculturas... Não consigo imaginar como é que alguém pode transformar um bloco de mármore em figuras tão perfeitas. Olhando a expressão das pessoas e animais esculpidos, era quase como se eu os visse em movimento. Para mim, que tenho um precário raciocínio espacial, é ainda mais incrível pensar que alguém fez uma obra de arte que extrapola as duas dimensões de uma tela plana.

- Outro passeio interessante foi o tal Pub Crawl, a excursão pelos Pubs de Berlim. Logo que cheguei lá (sozinha, pois a Ju e a Lia não quiseram ir e os meninos, meus companheiros de aventuras, já tinham ido embora), perguntei a um rapaz: "Hello, is this the Pub Crawl?" e ele respondeu: "Yes, você é brasileira?". Como ele descobriu eu não sei. Sei que além de brasileiros, encontrei gente de todo canto (menos da Alemanha): Nicarágua, Itália, França, Argentina, Índia, Canadá... Isso é que era legal: eu ia conversando com todo mundo e aprendendo um pouquinho sobre as outras regiões do nosso planeta. Que graça tem ir para tão longe, se não for para conhecer o que é diferente? Bem, também aproveitei bastante a cerveja e as outras bebidas que nos ofereceram por lá na faixa. Tinha uma que era típica da Alemanha: pronuncia-se "Ainsmasters". E fiquei impressionada com a variedade e a criatividade dos PUBs por lá. Todos têm um estilo muito característico.

Bem, essas foram minhas últimas aventuras por Berlim. Vou parar de escrever agora, afinal tem gente que reclama (com uma certa razão) que escrevo demais. Depois conto minhas impressões sobre o Brasil quando voltei. Como eu esperava, a viagem mudou minha cabeça e minha percepção.

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