quinta-feira, 23 de abril de 2009

Os últimos três dias foram agitados. O congresso começou na segunda e tivemos palestras das 9 da manhã até as 7 da noite. Depois saímos para jantar. Na 3a, palestras o dia inteiro de novo, e o jantar oficial à noite. Hoje eu não fui no workshop na parte da manhã, pois estava preparando o que iria falar no workshop da parte da tarde.

O workshop foi ótimo. Discutir com pessoas que pesquisam coisas semelhantes às minhas é como conversar com pessoas que falam a minha língua, ainda que a discussão seja toda em inglês.

Eu sempre acho que minha apresentação poderia ter sido melhor, principalmente quando é em inglês. Eu tinha a impressão de que estava o tempo todo enroscando nas palavras. Mas no final, parece que ficou bom. O problema é o velho perfeccionismo...

Algumas fotos:


Poster presentation



Margot Wilson, Lia Viegas, me and Martin Daly



Evolutionary Psychologists are always happy... Look at Jerry!


O povo sambou e sambou e sambou no jantar... Com Lucas, Marco, Dida e Zé Henrique tocando, até mesmo a Heide Keller já estava cantando "Não deixe o samba morrer / não deixe o samba acabar". E o ponto alto da noite foi a performance do César com "Vai, Wilson, vai!".

Cheguei aqui 2h da madrugada, muito cansada e feliz, animadíssima com a vida acadêmica!

domingo, 19 de abril de 2009

Ostra?

Hoje o dia foi incrivelmente comprido, gostoso e cansativo.

Acordei 7h e fui logo para a praia. Andei até o Morro do Careca, onde as ondas são mais fracas, nadei um pouquinho e, quando dei por mim, o sol já estava meio alto no céu, imaginei que deviam ser umas 10h ou mais. Voltei para o hotel e tive uma surpresa: eram 9h. Aqui o sol nasce cedo e se põe cedo, cerca de 17h.

Fui ao mercado comprar coisas para o café da manhã. É engraçado notar as marcas que eles têm por aqui. Tem bastante coisa regional, e dei preferência para elas. Além de mais baratas, é legal incentivar as empresas menores.

Depois entrei na internet para pesquisar o que tem de interessante por aqui. Pretendo ir à Pipa e à Redinha. Estou angariando interessados...

Fui à Pousada à pé, pois finalmente aprendi o caminho. Tomei água de coco por R$ 1,50 na praia. Almocei comida japonesa com peixes brasileiros, provavelmente natalinos - tudo bem, eu sei que é "potiguar" - com gosto de bem frescos.

Fui para a praia de novo com a Renata e o Léo, que chegaram de madrugada. Fomos (advinhem...) para o Morro do Careca. Chegando lá, tirei uma foto que eu queria ter tirado ontem, mas estava sem máquina:


Pois é, não sei se existem ostras na areia, no mar, se chovem ostras, se é para as ostras prestarem atenção ou se estão me chamando de ostra. O fato é que não vi ostra alguma por lá!

Depois voltei para a pousada, tomei banho, dormi um pouquinho e fui ao hotel Praiamar, onde haveria a abertura do Simpósio. Foi meio ridículo, em um congresso internacional, a abertura ter sido em português. O pessoal de fora estava boiando. Mas em seguida Martin Daly e Margot Wilson deram uma palestra legal!

No coquetel, tinha cerveja, batida e samba. Sambas legais, tipo Cartola. Foi bem engraçado ver os professores (inclusive os gringos) sambando.

Dois professores não vieram. Esqueceram completamente que precisavam tirar visto para vir ao Brasil. Acharam que era só entrar no avião e beleza. De que nacionalidade eram? Estadunidenses, claro. Um deles era o professor que eu gostaria de encontrar para discutir minha pesquisa... :-( Mas tudo bem, ainda tem muita gente interessante neste congresso, e que sabe tirar visto!!! Ou nem precisa dele, porque é daqui mesmo.

Agora é dormir, que amanhã tem mais!

sábado, 18 de abril de 2009

Natal? Em abril?

Sim, Natal em Abril.

Estou aqui desde hoje às 3h da madrugada. Viagem que mistura congresso+lazer, é claro. Do jeito que eu gosto. A cidade é linda!

Hoje visitei meus colegas da USP na Pousada Maritimos. Do terraço e da piscina, dá para enxergar a praia, que é linda, linda, linda. Também dá pra ver o Morro do Careca, que eu descobri que na verdade é calvo, e não careca. Vejam só:


De manhã fiquei na piscina da pousada alheia, lendo artigos! Sim, é o cúmulo da nerdice, mas eu gosto de nerdice, rs...

No almoço, fomos ao restaurante Camarões, pertinho da pousada, que é incrível! Tem camarão de tudo quanto é jeito, e todos os que nós comemos (4 tipos) estavam ótimos. Tinha camarão no jerimum, camarão cajueiro (com castanha de caju), camarão fondue, camarão crocante... Enfim, comi até ficar com a barriga bem cheia, a ponto de só agora, 21:15, estar me dando fome outra vez.

De tarde eu desmaiei na cama da Ana Karina. O stress da semana inteira (tive uma semana tensa antes da viagem) e o cansaço de ter viajado de madrugada foram embora enquanto eu sonhava que havia um escorpião na escada que eu e a Ana K. descíamos para ir à feira de artesanato.

No fim da tarde, aproveitando que o sol estava mais fraco, fui para a praia, pertinho da pousada, e andei até o tal do Morro do Careca, que na verdade é calvo. É longinho, acredito que uns 3 Km. Mas foi uma delícia amassar a areia molhada com os pés e sentir a água quentinha até os joelhos.

Na volta, encontrei alguns colegas, entre eles o Marco e o professor Jerry, que estuda o ciclo circadiano das galinhas. O sol estava se pondo e o contraste entre o pôr do sol, o mar, as nuvens de chuva que estavam se formando (e às vezes chuviscavam na nossa cabeça), as luzes da cidade e a areia formaram uma paisagem maravilhosa!

O sol já havia se posto completamente quando chegamos na altura da pousada. As meninas resolveram voltar, Marco e Jerry resolveram nadar, e eu decidi que nadar era mais gostoso. A água estava inacreditavelmente morna. Eu não enxergava direito porque estava sem meus óculos. Só via tudo escuro, tudo se mexendo no ritmo do mar, algumas luzinhas no céu que, apesar de fora de foco, eu sabia serem as estrelas. Algumas ondas médias, outras fortes. Algumas arrebentavam em cima de mim e diversas vezes eu tomei caldo e quase perdi a parte de cima do biquíni. Na última, eu rolei pela areia e me ralei um pouquinho, mas tudo bem. Valeu a pena!

Um fenômeno curioso: às vezes, quando vinha uma onda forte, víamos uma espécie de semi-círculo branco no céu, na direção do fundo do mar. Algo que Jerry definiu como "a rainbow without colors". Muito bonito e intrigante. Não sabemos o que provocava essa ilusão de ótica.

Para terminar, resumo de conversa com o Jerry na hora do almoço:

J: What are you researching?
G: Postpartum depression.
J: Have you ever had a baby?
G: No, I haven't...
J: How can you study something that you haven't experienced?
G: Have you ever been a chicken?
J: No, I haven't, but I have ever eaten a chicken!

Professor Jerry is nice... :-)