quinta-feira, 10 de novembro de 2011

MINHA POSIÇÃO COMO ALUNA DA USP (há 9 anos...)

1. Nunca usei maconha. Nem experimentei.

2. Acredito que a USP fica dentro do Brasil e do Estado de São Paulo e deve seguir as leis nacionais e estaduais.

3. Acredito que quem não concorda com as leis deve discuti-las e lutar por mudanças. Sem ferir a liberdade das outras pessoas, claro.

4. Sou contra o uso de maconha dentro do câmpus, pelo menos enquanto ela não é legalizada. Até porque, caramba, não dá pra ficar alimentando o tráfico e ao mesmo tempo lamentando as guerras nos morros cariocas...

5. Sou a favor da legalização da maconha. Sim, minha gente, vamos parar de alimentar o tráfico!

6. Sou contra invasões da reitoria. Isso fere a liberdade de quem quer continuar trabalhando.

7. Sou contra a militarização do Câmpus. Alguém conhece alguma universidade particular em que a PM fique lá, constantemente? Eu não conheço. Aqui na UFABC, que é pública, eu também nunca vi PM, e não considero que é um local pouco seguro.

8. Sou a favor de aumentar o contingente e o treinamento da Guarda Universitária; de melhorar a iluminação do câmpus; de colocar mais circulares internos circulando pelo câmpus; de intervenções psicossociais em grande escala nas comunidades vizinhas, usando a mão de obra subaproveitada dos estudantes de graduação e de pós, para aumentar a segurança a partir da efetivação da educação e da saúde.

9. Sou a favor de que os estudantes lutem por melhor treinamento e melhores salários dos policiais em todas as eferas, visto que eles apenas perpetuam na USP o que vêm fazendo fora dela (sem maiores repercussões).

10. Sou a favor de maior democracia. De assegurar a estudantes e servidores não-docentes o direito ao voto. Do Governador do Estado parar de invalidar a democracia ao escolher o segundo (ou terceiro!) colocado da lista tríplice. De que as decisões referentes à Universidade sejam discutidas com a Comunidade, em vez de baixadas por decreto.

11. Sou contra a hierarquia universitária, em que títulos como Dr., PHD, Professor Titular, etc. têm definido aqueles que ocupam os cargos de Direção, mesmo que o ser que está por detrás do título adquirido como pesquisador não tenha nenhuma habilidade como gerente.

12. Sou a favor da criação de uma forte imprensa de esquerda, que faça frente à forte imprensa de direita com que estamos acostumados a lidar. Sim, porque imprensa imparcial não existe, bem como não existe psicólogo imparcial. E os conceitos de esquerda e direita são relativos. Refiro-me a algo como imprensa yin-yang.

13. Pergunto-me em qual dos grupos me encaixo, toda vez que vejo aquela fotinho compartilhada no Facebook que divide alunos da USP em duas categorias. Pergunto-me se temos como classificar seres humanos em categorias (principalmente elegendo apenas duas).

14. Pergunto-me se há outros alunos, funcionários não docentes, funcionários docentes, outros membros da comunidade USP ou de fora dela que compartilham das minhas opiniões. E se é possível se articular e criar outro grupo, não para mero efeito de classificação, mas sim de ação. Mas não creio muito nisso, porque se essas pessoas existirem, provavelmente estarão ocupadas com outros afazeres, como pesquisa, trabalho, ações em outras áreas. Assim como eu.

Concluindo: manifesto aqui que não me sinto representada por nenhuma das vozes que falam em nome dos estudantes da USP. E que por falta de melhor veículo de expressão, estou usando as redes sociais.

***

Links inspiradores:

Muito além da polêmica sobre a presença ou não da PM no campus da USP

Uma aula de crise

Desabafo de quem tava lá [Reintegração de Posse]

Nenhum comentário: