terça-feira, 11 de maio de 2010

XXI

Está aí, chegou!
Maioridade total do mundo cristão.
Vão todos recebê-la, braços abertos como cruz,
tentando largar fardos no número 12 do relógio,
estourando pólvora nos erros do passado
enquanto noutra parte do mundo,
pólvora comete erros letais.
Impede a Terra de vestir calcinha branca.

Os mais sensatos se perdem na utopia
de a humanidade trocar arma por amar.

Enquanto uns oram pedindo virtude,
por medo, amor ou precisão,
outros anestesiam-se, alucinam-se,
e julgar é tarefa absurda, imoral.
A gente sabe que o que faz num segundo,
por mais que o segundo seja último e primeiro,
dura só um segundo, não mais que um segundo,
e o que vale é a somatória de todos os segundos.

Durante a azáfama da madrugada,
ela não pára, não descansa, gira!
Continua a dança que dança há tempo que excede o espaço imaginário.
Alheia à dor ou ao júbilo,
indiferente aos fatos simultâneos e contraditórios
e às comemorações de mais um aniversário.
Tão crua, tão máquina, tão certa, será somente
científica?

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