terça-feira, 1 de julho de 2008

Enfim, viagem para a Europa!


Começo a escrever este post num caderninho azul, dentro do avião - pretendo passar a limpo mais tarde.
À minha frente, uma pequena tela mostra, em inglês e holandês, que estou sobrevoando um trecho entre Montes Claros e São Filipe, a 9448m de altura. A temperatura fora da aeronave é de iimagináveis -37 graus Celsius. Faltam mais de 8.000 Km até Amsterdam.
Agora finalmente acredito que estou indo! :-))

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Os preparativos para a viagem consuiram tempo. É preciso pensar em muita coisa: condições climáticas das quatro cidades pelas quais passarei, passeios que pretendo fazer, eventos dos quais participarei, formas de diminuir o peso da mala...
Comecei a preparar a bagagem no sábado de manhã, separando o que seria levado para Campinas para entã ser acomodado na mala que meu pai emprestou, a qual voltaria comigo para São Paulo no dia seguinte, para então ser carregada até o aeroporto e, enfim, rumo à Europa!
(Chegou comida, continuo logo mais!)

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- Chicken or beef? - Asked the flight attendant.
- Chicken, please.
- Do you want any sparkling?
- Zero Coke, please.
O comissário me entregou uma bandeja contendo tabule, strogonoff de frango, arroz (que obviamente não comi), manteiga e torta de banana. Pude, ainda, escolher entre dois tipos de pão. No saquinho de talheres, garfo e colher de metal, faca de plástico - que me fez iaginar se eu conseguiria sequestrar um avião usando um garfo... hummmm...
Pequenos saquinhos continham "salt" e "pepper" - não usei. Havia também um "dental stick" embalado em um saquinho no qual se lê: " design recomended by dentists". Este eu guardei.

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Voltando à bagagem: no princípio, era o caos.

Então, aos poucos, fui separando as coisas e colocando em pequenas malas, mochilas e sacolas, até formar um bonito amontoado, que carreguei com dificuldade até um táxi que me levou ao ponto de ônibus na USP, onde peguei o fretado para Campinas. Meu pai me esperou no ponto.

A tarde de sábado e o domingo quase todo foram usados para acomodar as coisas na gigantesca mala com senha e chave que meu pai emprestou.

Por fim, tudo pronto, organizado em quatro volumes, senti-me preparada para a aventura dos próximos 28 dias.


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À minha frente, como eu já disse, há uma pequena tela. No braço da poltrona, fones de ouvido e uma espécie de controle remoto. com ele, posso acessar diversas opções, que incluem vários filmes, várias músicas, audiobooks, jogos, e-mail (pago, é claro), cursos de línguas, informações sobre o vôo...
Enfim, muito interessante esses recursos de entretenimento para vôos longos, mas percebo que ainda prefiro minha caneta, caderninho e revistas de palavras cruzadas.

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A Lia me pediu para relatar detalhes do que me perguntaram na alfândega. Bem, ainda não cheguei em Amsterdam, mas em Cumbica, perguntaram-me se eu tinha autorização para viajar desacompanhada. Pra variar, precisei explicar que sou maior de idade...

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Estou feliz por constatar que o banheiro do avião não é tão claustrofobicamente pequeno quanto os que encontrei nos vôos nacionais que já peguei.
Detalhe: há um botão para chamar o comissário de bordo no banheiro. Por que alguém faria isso?! Minha imaginação está contente com o convite para um longo passeio...

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Eu até que gosto do frioziho na barriga provocado pela turbulência, mas desta vez estou me sentindo levemente enjoada. Se eu estou enjoada... pobre Lia! Boa sorte quando for a sua vez!

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Dormi com a telinha ligada no modo "flight tracking". Lá pelas tantas, abri os olhos e percebi que sobrevoamos o Atlântico! Já ultrapassamos a Linha do Equador. Pela primeira vez, estou no Hemisfério Norte!
Isso me fez pensar se a água da descarga vai girar no sentido contrário quando eu "pushar" (ato ou efeito de apertar o botão "push") a descarga. Verificarei na próxima oportunidade. Mas peraí, para que lado a água virava no Hemisfério Sul, mesmo? Bem, a experiência terá que ficar para a viagem de volta.

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Agora abro os olhos e vejo que nos aproximamos da costa noroeste da África. Quando o mapa se aproxima numa espécie de zoom, vejo que sobrevoamos um arquipélago: Boa Vista, São Nicolau, Santo Antão e... Cabo Verde! Tchau, Cibele! (Cibele é uma caboverdeana que estudou comigo na graduação).
Faltam 4489 Km para Amsterdam. Meu relógio de pulso marca 1h da manhã, mas a tela informa que no horário local, são 2h da manhã, e em Amsterdam, 6h. Começo a pensar na complicada questão da relatividade do tempo...

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Acordo. 4:30 da manhã no meu relógio. As luzes do avião já se acenderam. Peço ao rapaz ao meu lado para abrir a persiana da janelinha. Muitas nuvens abaixo de nós, céu já claro. Primeiro (e estúpido) pensamento: como aqui o sol nasce cedo! Então percebo que no horário local, são 9:30 da manhã.
Sobrevôo a Península Ibérica. Enfim, território europeu!
O café da manhã começa a ser servido.

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O jantar até que estava bom, mas não o café da manhã. Pedi "coffee with milk". "Coffe and milk together?" "Yes, please". Veio café quente e leite frio, formando uma mistura morna.
Para comer, pedacinhos de fruta, um potinho de uva passa (ou algo similar), uma espécie de bolo de cereais, uma pasta amarela quente que parece queijo, um negócio que parece uma esponja doce com creme e nenhum pãozinho!
Algum passageiro comentou logo atrás de mim que isso é comida típica holandesa. Não gostei muito.

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Agora sobrevôo a França, para onde voltarei logo mais. Faltam apenas 577 Km para Amsterdam, que serão percorridos a 920 Km/h! Logo mais, enfrentarei alfândega e conexão em aeroporto estranho. Nice!

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E agora, estou aqui no hall do aeroporto de Amsterdam. Muito bonito, por sinal. Tem museu, local para meditação, um monte de coisas para comprar... E um banheiro com sensor de infravermelho que dá descarga automaticamente tão logo você tire o traseiro do vaso.
Sinto-me completamente perdida! Perguntei diversas vezes para entender onde deveria ir e o que deveria fazer. Acabei conseguindo chegar ao local de "Transfers". Ganhei meu primeiro carimbo no passaporte (ninguém me perguntou nada, só carimbaram e deixaram eu continuar). E agora, pra onde vou?! Uma brasileira percebeu meu problema e me mostrou que eu estava com o cartão de embarque na mão desde Cumbica e não havia percebido. Isso resolveu meu problema: gate D82. Ah, tudo fica mais fácil agora.
Já achei o tal do gate e estou sentada num hall digitando este post em WordPad. Não consegui conectar o computador à rede wireless do aeroporto, embora isso deva ser um problema de BIOS (Besta Ignorante Operando o Sistema), pois vejo várias pessoas à minha volta conectadas. OK, depois tento descobrir como se faz.
Ver Amsterdam de cima é uma experiência incrível. Parece uma cidade montada no jogo SimCity. Tudo extremamente geométrico. Quarteirões quadrados ou retangulares, usinas eólicas de geração de energia, rios e canais passando barquinhos, trem passando nos trilhos, construções geometricamente erguidas e muitas, muitas árvores! Eu nunca havia visto nenhuma cidade no Brasil que, de cima, tivesse tanto aspecto de organizada.
Agora faltam 40 min para o meu embarque. Vou tentar arranjar alguma coisa decente para comer. Em breve, estarei em Paris!

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Enfim, Paris!
Cheguei cerca de 16h daqui (13h no Brasil). Ninguém me perguntou nada, nem sequer pediu meu passaporte para entrar. Estranhei e fui perguntar na alfândega se era isto mesmo, se eu tinha que passar em algum lugar. O funcionário sorriu e me disse: "just go ahead!".
Esperei pelo Françóis, que foi me buscar. Viemos para a casa dele de carro. Paris, em um primeiro momento, pareceu-me semelhante a São Paulo: cerca de uma hora do aeroporto até aqui, por causa do trânsito. E isso porque viemos pela estrada...
Mas entrando na cidade, percebi diferença na arquitetura das casas, no padrão das ruas. Amanhã devo ver melhor.
Estou bastante cansada. Com essa questão de fuso horário, perdi 5h de sono. Dormi um pouco agora, das 8 às 9:30 da noite. Está claro, ainda: só agora, 10h da noite, o sol começa a se pôr.
Estou ansiosa por conhecer melhor esta cidade... A viagem está apenas começando!


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A comida aqui é fantastica! Jantei so uma saladinha e ja foi maravilhoso! Queijos diferentes, jambon (um presunto gostoso, com pouca gordura e poucos conservantes), angina (uma verdura, não sei se é assim que escreve) e um vinho... hummmmmmmmm...

Estou vendo que vou aproveitar muito essas iguarias!
Ainda não consegui conectar meu computador na rede. Estou usando o daqui, que tem um teclado bem diferente.

Bem, não sai muito daqui por enquanto, mas amahã terei fotos legais da cidade, assim espero.
Vou dormir que aqui é de ,adrugada! Fuso horario é fogo.



7 comentários:

Lvcivs disse...

Ahahaha, não tem essa de descarga/água na pia pra lá ou pra cá!

A massa de água e as velocidades envolvidas são muito pequenas para a força de Coriolis fazer efeito!

O formato da pia/vaso influencia muito mais!

O aeroporto de Amsterdam é uma doidera, é muito grande mesmo, vários terminais e pistas. A Air France possui um manual explicando os procedimentos de conexão em Paris, estranho a KLM não ter o memso para Amsterdam, até pq agora elas são uma empresa só.

Paris é uma cidade muito bonita, pelo menos na área central que os turistas visitam!

Beijo e aproveite! Quero ver as fotos!

Anônimo disse...

Gabi!!!!!!!!!!!! Vc está bem! ;D
Fico feliz! Fiquei super animada qd vi seu nome no gtalk da Carla ontem, pensei: "Bom, ela entrou!" Adorei seu primeiro post, e agora acho que realmente vou precisar de Dramin pra viajar! Vai dar muito certo, tenho certeza! Quero mais infos, amanhã leio!
Tenho umas coisas para te falar, mas depois falo!

PS: vou checar, mas acho que aqui a água gira no sentido horário! hahahahaha

Até Bolonha!

Lia

Rafael Henrique Zerbetto disse...

Olá Gabi! Adorei saber as novidades! Acho melhor não chamar o comissário no banheiro do avião... hahaha.
Seu comentário sobre a arquitetura de Amsterdam me fez lembrar de Raízes do Brasil, de Sérgio B. de Holanda, no qual há um capítulo sobre o surgimento das cidades brasileiras e a preguiça de se fazer planejamento urbano. Mas, mesmo com um bom planejamento, as cidades européias também não conseguem resolver o problema dos congestionamentos.
Espero que você se divirta muito por aí. Vou aguardar novidades.

Bjão!

Anônimo disse...

yeeeeeeah! :o) Divirta-se bastante!

Gabi disse...

Lucio, obrigada pela informacao que desmente o mito do sentido da agua na descarga! Ah, no fim, tinha mesmo umas instrucoes sobre conexoes que a KLM deu (sim, agora ela é a mesla que a Air France), mas eu so vi isso quando cheguei aqui em Paris!
Lia, muito boa sorte com seu dramin!
Rafael, na epoca em que as cidades europeias foram planejadas, ainda nao existia congestionamento, hehehe...
E sim, Luiz, estou me divertindo por aqui!!!

Gabi disse...

Nao sei porque cargas dqguq o blogger nao publicou o comentario da minha mae. Segue abaixo:
Dá-lhe Gabi!

Você não foi barrada em aeroportos porque acham que crianças de 14 anos não podem ser imigrantes ilegais! kkkk!
Vê se põe a foto que tiramos na rodoviária nova(vc, Samu e eu), que é pro povo conhecer a mais nova aquisição campineira! Pena que não tiramos fotos do monte de travecos que estava lá! A fauna era bem diversificada.... Descobri que isso se deu porque teve Parada Gay em Campinas esse domingo! Seria o verdadeiro cartão postal de Campinas! kkkk!
Beijão,
Rita

Anônimo disse...

Lembrei-me de um episódio dos Simpsons, em que o Bart resolve investigar se no Hemisfério Sul a água da privada gira para o sentido contrário do hemisfério norte, e fica horas pendurado no telefone com um moleque da Austrália! E o Homer fica louco na hora em que vê a conta telefônica! A Gabi ter momentos Simpson é bem a cara dela, principalmente quando está com sono!

E seu notebook? Continua com problema de BIOS? Hahaha! Essa foi ótima!

A Europa te fez bem? Os banheiros de aviões internacionais são maiores e mais espaçosos, é? Sei... E você, chamou o comissário no banheiro em algum dos seus vôos? Olha lá, heim!

Divertido seu texto! Beijo.