sábado, 14 de julho de 2012

De volta ao Acre

Pela 5ª vez na vida, voando para aquele lugar que dizem que não existe. Desta vez, vou acompanhada de minha mãe, que após 29 anos, resolveu fazer uma visitinha para a irmã. Também vão comigo meu irmão Samuel e meu namorido Daniel, que também vão conhecer essas terras distantes pela primeira vez.

O motivo dessa expedição (além da minha natureza de viajante) foi conhecer Rodrigo, filho da minha prima Maria Fernanda, que nasceu há poucos meses. No meio dos preparativos de viagem, surgiu a ideia de aproveitarmos para irmos a Cusco de ônibus, já que estaríamos logo ali do lado, a uns mil quilômetros de distância.

E assim, no dia 07/07/2012, pegamos o avião em São Paulo, rumo a Rio Branco, com escala em Brasília. Chegamos às 2:30 da manhã em horário local (Acre é 1h a menos que São Paulo). A grande surpresa foi quando o piloto do avião anunciou a temperatura: 19 graus. Isso é absolutamente incomum numa terra em que a temperatura “normal” costuma ser uns 30 graus. Desci do avião e bateu um vento gelado. E eu que estava esperando a viagem toda pelo hálito quente e úmido que bate no rosto assim que ponho a cara para fora da aeronave! Bem, esse é o fenômeno da friagem, que acontece umas 2 ou 3 vezes no ano e dura uns poucos dias. Eu já tinha ouvido falar e presenciei pela primeira vez. Mais uma experiência de viagem, mas na boa, prefiro Rio Branco sob 40 graus!

Fomos recebidos no aeroporto pelo meu primo Ricardo, que nos levou para casa, onde já tomamos umas cervejas para comemorar a viagem. Lá para as 5:30 da manhã, fomos dormir. E acordamos umas 10h ao som de uma banda evangélica, que ensaiava no estúdio ao lado do nosso quarto, que também foi improvisado em uma sala de estúdio.

Mesmo dormindo pouco, não sou de ficar mal humorada, principalmente em viagens, principalmente quando antes mesmo de tirar o pijama, já tenho a oportunidade de conhecer meu priminho lindo maravilhoso! O quarto membro da nova geração de primos, todos meninos. Adoro bebês!

Almoçamos uma rabada no tucupi, preparada pela grande Jacinta, que conheci aos 7 anos de idade, na minha primeira viagem ao Acre. O prato me foi apresentado pela prima Maria Fernanda, assim: “carne (rabo, tradicionalmente, mas aqui em casa fazemos com agulha pq é menos gorduroso e tem mais carne); jambu (aquela folha que vai no tacacá); cheiro-verde (vcs chamam de cebolinha); tucupi (é a água da mandioca - chamam aqui de mandipueira); couve e temperos (sal, pimenta de cheiro e etc.).“.*

Sobre a folha que vai no tacacá, tenho a dizer que é bem diferente de qualquer ingrediente que eu já tenha comido em São Paulo. Meio salgada, meio amarguinha, a sua característica principal é o formigamento na boca. Sabe quando você dorme em cima do braço e acorda com ele formigando de manhã? Então, a folha faz isso na língua, no céu da boca, nas bochechas... É ótimo! Mas se você não gostar, tome coca-cola que passa.

Rabada no tucupi



Depois desse almoço típico, saímos para passear pela cidade. Palácio do Governo, Parque da Maternidade, as pontes sobre o Rio Acre, mercado velho. Posso falar desses assuntos em outro momento.

Palácio do Governo do Acre


À noite, festinha de aniversário do primo Ígor, também da nova geração. E vi também os outros priminhos, Vítor e Vivian, que são os caçulas da minha geração.

Pois é, o Acre costuma ser considerado terra que não existe, distante, desconhecida. Mas para mim, em todos os sentidos, é bastante familiar. Me sinto sempre em casa.

Fui dormir umas 22h, bastante cansada, para acordar no outro dia umas 5h e começar a jornada rumo ao Peru. Continuarei nos próximos posts.


*ERRATA: Jacinta foi informada de que foi citada na internet. Mandou corrigir que não vai couve na rabada no tucupi!

2 comentários:

Fernanda disse...

Gabi já é praticamente acriana.
Dos nossos parentes paulistanos, é a que passou por aqui mais vezes.
Dessa vez, mal chegou e já tem muito assunto pra contar.
Creio que esse Acre ainda vai render mais alguns posts.
Aguardamos sua chegada do Peru para comemorar seu aniversário e terminar de te apresentar os pratos prometidos: quebe (e ñ quibe. rs); baixaria (sim, de comer); tapioca recheada (a da Tia Tucha, que já foi até testada e aprovada pela Tia Ritinha) e, os meninos tendo coragem de dar continuidade na comilança, o tacacá, pra fechar com chave de ouro. rs

Jorge Ramiro disse...

Excelente viagem, o que eu gosto de viajar, experimentar a comida de outros lugares. Eu tenho alguns restaurantes em higienopolis, por isso eu gosto de experimentar novos alimentos.