segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Chapada dos Guimarães

Saindo de San Matias, senti um alívio enorme. Eu não via a hora de me afastar de lá, de ir para Cáceres, de ir mais além de Cáceres, de tomar banho e tirar do corpo o cheiro daquele lugar. Mas ir aonde? Os planos de viagem precisavam de reformulação. Foi assim que, chegando em Cáceres, procurei duas coisas de que eu precisava urgentemente: comida e lan house. Após o almoço comecei a pesquisar rotas e preços de passagens e foi assim que defini que o próximo destino seria Rio Branco (AC). Mas para isso, eu precisaria voltar a Cuyaba, o que até me agradou...

Nadando rumo à cachoeira


Descobri pela internet o albergue Portal do Pantanal e fiz reserva. O local me abriu as portas não exatamente para o pantanal, mas para a Chapada dos Guimarães. A sugestão foi do Esmael, empregado do albergue e condutor turístico. Fomos ao circuito das cachoeiras, no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães.

A primeira surpresa foi observar que os paredões de pedra seguiam o mesmo padrão do Roncador. A serra provavelmente se prolonga até lá, com suas formações rochosas que lembram faces e animais, seu tom avermelhado, suas cachoeiras, seus mistérios.

Mas por mais que seja bonita, a região não tem a magia que senti nas proximidades de Nova Xavantina, Barra do Garças e Canarana. Talvez isso seja também porque o grupo desceu conversando, rindo, falando alto, discutindo política. Gosto de estar na natureza em silêncio, para ouvi-la e senti-la. Nosso barulho espanta o que há de melhor nesses espaços, é preciso saber calar para perceber...

Cachoeira das Andorinhas, a que mais gostei

De qualquer maneira, foi ótimo sentir o sol quente na pele mais uma vez, nadar, lavar a alma em todas as cachoeiras em que pude, tirar do corpo aquela coisa pegajosa que ficou grudada em mim na frustrada tentativa de Bolívia. Fizemos o percurso junto com um outro grupo de turistas que seguia acompanhado de outro guia, o Lázaro, amigo de Esmael. Depois de percorrer toda a trilha, chegamos à casa de pedra, uma grande gruta onde os bandeirantes costumavam se abrigar em tempo de chuva.

Casa de Pedra

E por fim, fomos à cachoeira Véu de Noiva, que pudemos ver de longe. Não estava tão branquinha, porque é estação das secas, o fluxo de água está pequeno. Está fechada para banho desde que um pedaço de rocha se desprendeu do alto do despenhadeiro, matando uma moça. Junto à cachoeira há um bom restaurante onde comemos galinhada, farofa de banana e tomamos cerveja para refrescar e recuperar o fôlego após a caminhada.

Cachoeira Véu de Noiva

De lá, Esmael acompanhou-me de volta ao albergue, tomei banho e fui ao aeroporto para voar para Rio Branco (AC). Acordar andando na Chapada dos Guimarães e dormir no Acre... quem diria!

Aproveito para agradecer ao Esmael, guia atencioso, nascido na Chapada dos Guimarães e conhecedor das rotas e trilhas do Parque Nacional. Acaba de tornar-se um empreendedor individual, saindo da informalidade, e estreei seu empreendimento sendo a primeira turista que ele acompanhou após dar esse importante passo. Estou contente por poder ajudá-lo, ainda que só um pouquinho, a montar seu blog para divulgação do trabalho. Aliás, se tiverem interesse em contratar um guia na chapada, podem pegar o contato dele no blog, recomendo.

2 comentários:

Tania regina Contreiras disse...

Gabi, te lendo lembro novamente da palavrinha mágica: flexibilidade! Lembra que falamos? Foi preciso né? Mudar as direções tantas vezes as circunstâncias pediram. Bacana. Estou aqui acompanhando seus passos de longe e achando a experiência ótima!
Que continue a caminhada cheia de luz, até a volta.
Beijos

Cake disse...

Estive na chapada dos guimara~es em 2004, um lugar perfeito! =)