Vale dos Sonhos, 12 de outubro de 2010
Tudo saindo como previsto, justamente porque nada estava planejado.
À noite, após o jantar, todos foram dormir e eu fiquei acordada sentada na varanda, encantada com as estrelas. Todas as luzes apagadas, até a lua já havia se escondido por detrás da Serra do Roncador. Muitas estrelas cadentes passam por aqui. É só não ter pressa nem ansiedade, que elas surgem.
Tainara, moça de 17 anos que trabalha cuidando daqui, estava comigo. Conversávamos sobre a vida. Rimos de alguns turistas que têm medos estranhos: de onça, de alienígenas, discos voadores. Tainara disse que nunca viu disco voador e, se existir, prefere não ver. Eu disse que se um dia quiserem aparecer, podem vir, mas não vou procurá-los porque acho que eles têm mais o que fazer do que se exibir para mim.
Foi quando uma das estrelas da constelação de Órion se mexeu. Saiu do lugar, para cima e para baixo, para um lado e para o outro. Avião? Satélite? Nada condizia com aquele movimento. E eu cética, tentando encontrar uma explicação cientificamente provável. Fechei e abri os olhos, esperando que desaparecesse, como a cidade que eu havia visto sobre a serra ao voltar do mundo dos sonhos. Nada, ainda estava lá, piscando, se mexendo. Olhei para outra estrela, esperando que também se mexesse, que fosse ilusão de ótica. Nada. Acabei mostrando a estrela à Tainara, que também custou a acreditar no que seus olhos lhe mostravam. E ficamos pensando que seja lá o que fosse aquela estranha aparição, pagamos nossa língua ao rir dos turistas. Era literalmente um OVNI: objeto voador não identificado. Não tenho conhecimento suficiente para arriscar um palpite do que era aquilo, mas era a coisa mais próxima do que chamam de disco-voador que já avistei.
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